quinta-feira, 26 de setembro de 2013

“espelhos de fragmentação em nós”

Do meu amor, eu faço versos 
e o meu amar, às vezes tímido,
é  tão sincero aos berros:
“espelhos de fragmentação em nós”.
Intemporal...
Na pele, não há passado,
porém, amor,  afirmo:
sinto tua sombra presente
nas minhas costas,
que já não são quentes,
mas não estão mortas.
Faça, do meu coração, pequenos pedaços
e beije-me no pescoço, deixando
a marca do teu batom por cima
das minhas veias jugulares. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Frasco nº 8

Já não sabia o que fazer. Então, acreditando ser uma escapatória, apagou a luz. O problema era o seu coração, que ainda estava aceso.

Frasco nº 7

Ele morreu, aos quarenta e sete anos, em um hospício. Enlouquecera, aos vinte e seis, por motivo de um amor não correspondido. Mas, por aquela garota, qualquer um enlouqueceria. 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Confissões de um necrófilo

eu gostaria de fazer a sua autópsia 
porque seria tão excitante passar
os dedos em cada canto do seu corpo morto
e assim eu desejaria ser a sua pele fria
eu gostaria de ser o formol que estabilizaria
o seu tecido e também preveniria
o autoextermínio das  suas belas células
eu beijaria os seus lábios gélidos
e diria: te amo assim mulher defunta
que não faz drama nem pergunta

Frasco nº 6

Há garotas fumando em frente ao bar. Há garotas bebendo rum. Há garotas saindo com caras barbudos. Há garotas lendo Clarice Lispector. E há você – que eu torço para que esteja pensando em mim.