quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

eterno fim

morrerei de poemas de doutrinas
de prosas a cada verso de uma poesia
morrerei de frio em julho e em setembro
cederei às flores ao céu ao seu ao véu ateu
morrerei sem vestes no banco dos réus
ou ao leste despertando sem sangue
morrerei ao poente rubro no chão
findarei em escritos nalgum papel
sem vírgulas sem pontos sem fim
eterno em mim

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

cena de cinema francês

ocorre como num filme do jeunet
ilustrando personagens reais
numa tela repleta de cores tão belas
discorre sobre questões existenciais
acreditando pensar como godard
quando a cultura acaba com a arte

vem você dizer
só espero que não espere tanto de mim

há de ser você
só espero que não espere tanto de mim

escrevendo um roteiro que queria escrever
imitando algum filme francês
pra quem sabe chegar a cannes
no ano que vem

pra quem sabe encontrar truffaut
e jean renoir em outro lugar