domingo, 2 de novembro de 2014

Dimensões

I

retirei-me daquele universo vão
onde o oxigênio vagara em desuso
e o tempo esquecera-se de seguir
ininterrupto entre realidade e ficção
ausentei-me porque sentimentos
não estavam em eloquência – pois
não doíamos na mesma frequência –
e as medulas já não eram tão profundas
quanto as maçantes lacunas psíquicas
afastei-me de todo ceticismo pirrônico
e transfixei ações transcendentalistas
até findar no exato ponto em que
iniciara o meu itinerário lacônico:
dois universos podem colidir


II

toda pessoa é um universo
e em todo cosmo há um ser
cada mentira dita é uma
verdade ouvida – acredite
ou não – e o que não for dito
pode ser ouvido em um som
negativo em qualquer expressão


III

há várias dimensões em um universo
e diversos sentimentos em uma pessoa
segundo a teoria das supercordas há
dimensões ocultas que estão enroladas
segundo a teoria da vida há sentimentos
ocultos que podem nos deixar enrolados


IV

refugiei-me em outro universo
que talvez esteja ajustado com
a minha frequência e que –
quiçá – não possua dimensões
que se ocultem quando suas
presenças se fizerem necessárias
encontrei-me em um cosmo
atento e propício que até então
não se mostrou aéreo e apático
às minhas dimensões: descobri-me
em um universo poético que –
de uma – dimensiona-me em várias!

sábado, 1 de novembro de 2014

À esquerda

Vista-se de teu manto carmesim
e revele tua bravura escarlate
aos que afrontam o Estado –
nossa Pátria purpúrea – ,
brade: estou pronto para o combate!

Tua cor vermelha comunista,
como o sangue derramado ao chão,
 faz-se potência à nossa sofrida Nação
e fulgura com intensidade de norte a sul
da nossa terra socialista.

Encontre-se entre os operários
em uma luta de classes.
Lança-te com a lança das minorias  –
que são maioria – e brade:
“Proletários de todos os países, uni-vos!”