quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

poema para preencher o espaço de tempo que há entre nós

há tantas coisas que sempre
acabam me guiando ao teu
abraço verticalmente íntimo
e também há alguns intrusos
ocupando os velhos espaços
que deveriam ser preenchidos
por nossos laços subjetivos e
por nossa liberdade e também
por nossa avoenga hodierna
autenticidade repleta de riscos
de pecados libidinosos e doces
letras soletradas por lábios
alvos como tua face magra
e teu rosto casto ainda reluz
tua pele pálida que ainda há de
vir até mim de modo cálido
como teu sexo que permanece
sendo um mistério que desejo
desvendar e haurir com amor
pois já não sou mais imatura
e já não sou tão jovem assim
mas ainda me sinto toda tua
e tua sei que serei até o fim
mesmo que para isso precise
rimar e poetar sentimentos
sem demonstrar-me obscena
ou revelar-me absurda demais
à tua serenidade acirrante de
um homem trintenário que
já possui alguns cabelos cinzas
como pude perceber naquela
tarde de verão em que te vi
cortês e tão meu com o mesmo
charme de outrora e com olhos
mais cansados e carregados por
novas leituras e outras histórias
que não quero ouvir para não
precisar dizer-te por onde estive
nesses anos em que não te tive
para não declarar-te os meus
erros que sempre foram vulgares
para devolver à minha epistemologia
o teu idealismo transcendental