ultimamente
tenho sangrado pétalas
porque me cravei rosas pelo corpo todo
e todo resquício
de sangue remanescido
escorre ácido como
essência de morango
pelo interior de
uma garganta sedenta
ultimamente sinto
meus poros feridos
porque tenho
exalado muitos espinhos
devido às rosas
que invadiram minha
carne e ao
relutar de uma alma afoita
desde sempre tenho
sangrado sozinha
no meu lugar escuro
e secreto
onde ninguém foi
capaz de permanecer
onde você não teve
coragem de entrar
por ser pequeno
demais para preencher
o vazio – semelhante
a uma rosa em um
copo sem água –
de um corpo que sangra