quarta-feira, 20 de maio de 2015

cravei-me rosas pelo corpo

ultimamente tenho sangrado pétalas
porque me cravei rosas pelo corpo todo
e todo resquício de sangue remanescido
escorre ácido como essência de morango
pelo interior de uma garganta sedenta
ultimamente sinto meus poros feridos
porque tenho exalado muitos espinhos
devido às rosas que invadiram minha
carne e ao relutar de uma alma afoita
desde sempre tenho sangrado sozinha
no meu lugar escuro e secreto
onde ninguém foi capaz de permanecer
onde você não teve coragem de entrar
por ser pequeno demais para preencher
o vazio – semelhante a uma rosa em um
copo sem água – de um corpo que sangra