sábado, 9 de novembro de 2024

the cat inside

Em The Cat Inside – um livro que emprestei há alguns anos e até hoje não recuperei –, William Burroughs escreveu que cães começaram como sentinelas e que gatos, por sua vez, como companheiros psíquicos (e não como meros protetores de grãos dos ratos no Egito antigo). É bem possível que isso seja uma verdade, pois penso que os gatos nunca se afastaram dessa função. Burroughs ainda relatou que os felinos não oferecem serviços. Pragmaticamente, eles se oferecem. Nesse ritual milenar, Evaristo e Galeano – os meus gatos – exoticamente passam pelos dias fazendo o que querem (ou o que podem) e, quem sabe conscientemente, sendo parceiros mentais/amigos espirituais. Diferentemente do que dizem, assemelham-se muito a humanos e, parafraseando William Burroughs, talvez nós sejamos os gatos por dentro e – para nós – realmente exista apenas um lugar.