eu estava
sentado em um canto qualquer do pub do bob bill
enquanto guerreava
com o meu eu ao escrever um poema sentimental
a uma bela
moça que conheci na casa do ringo em um domingo chuvoso
a poesia
estava saindo aos poucos e dizia algo muito superficial
sobre uma
neurose obsessiva que atacara um poeta leproso
que morria
de amores por uma rapariga inventiva e sagaz
a musa do
poema era a amiga do ringo
e eu
obviamente era o poeta lazarento
a poesia
ficou uma porcaria e assim
eu
permaneci em um desalento
sem cura
nem fim
esqueci de
ir ao ensaio da minha banda de pós-punk
e pedi uma
cerveja quente misturada com aguardente
reclamei
em caneta e papel:
a moça era
ardilosa
e me
prendeu nos jogos
que sempre
jogava
era uma
guria dessemelhante
sua
personagem era rutilante
e eu que
sempre andei ébrio
embriaguei-me
por este amor
eu a vi
desaparecer em uma esquina
assim como
outros já fizeram
foi mais difícil
do que largar cocaína
ela não possuía
manias e costumes
era uma
moça que gostava de viajar
e então
viajou de coração em coração
ela não tinha
vícios nem hábitos
fumava e
bebia quando queria
e eu penso
que
se nem em
cigarro ela viciou
por que em pessoas viciaria?
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