O chá
banhou os versos do meu poema
e das
estrofes eu fiz um imenso dilema
ao ver em
meu quarto o seu belo retrato
transformei-as
em um curto esparadrapo
figurando
um ready-made do Duchamp
que grudei
à melancolia do meu coração
Vísceras
de nonsense neste sentimento em
delação
Dissimulado
em versos de poesias ultrarromânticas
Que
ultraje seria se não fosse uma aveludada canção
Para
acompanhar o escorrer do líquido sobre as estrofes
As
palavras já não surgem facilmente
e não
considero isso um grande problema
pois o
veludoso som penetra-me calmamente
fazendo-me
mais taciturna do que inerte
semelhante
à xícara vazia sobre a mesa
não tão
oca quanto as estrofes devolutas
que vagam
em um fluído de incerteza
impelindo-me
a emoções irresolutas
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