domingo, 1 de abril de 2012

Porto Alegre


As estrelas que eclodiam em uma noite enluarada
Tornavam-se tochas de fogo que
Por mais distantes
Aqueciam os corações gelados
Que derretiam como as geleiras de El Calafate
A bela Porto Alegre
Dormia
Em revoluções esquecidas
Despedidas frustradas
Dúvidas acerca do tempo
E todos permaneciam tolos
No despertar dos oprimidos
Que imploravam liberdade de expressão
O metabolismo ainda era lento
Jovens apaixonavam-se por navalhas
E famílias desapareciam no horizonte
Enquanto um rapaz tocava acordeom
Em um beco sujo e escuro
As notas musicais surgiam como ladras de memórias
As dores e náuseas que se escondiam
Na escuridão dos pensamentos
Fugiam para as profundezas do Guaíba
E os sonhos inimagináveis de todos os solitários
Ocupavam o lugar dos pesadelos que atormentavam crianças
E a chanson que saía do acordeom
Roubava o lugar dos zumbidos dos insetos
E acompanhava o zunido do vento
Até findar na Free-way

Um comentário:

  1. El Che, apenas mais um daqueles romances contemporâneo, herói ou um ledo engano ?

    ResponderExcluir