Eu
queria revolucionar concepções alheias e poder eternizar algumas
percepções
que surgiam entre colóquios enérgicos & teorias veementes;
eu
me perdia entre pessoas que pareciam marionetes paradoxais
e
não sabia o que fazer quando sentia nostalgia de algo incógnito.
Eu
era só um comunista extraviado do seu grupo e estava sendo exterminado,
pelo
Reich hitlerista, durante o Holocausto; porém, sem perceber, fui
resguardado;
eu estava preparado, mas não imaginava quando nem como aconteceria,
apenas senti alguém me guiar entre os meus medos mais obscuros.
Tinha
sido uma noite sem fim e o frio já não causava mais impacto sobre mim;
então,
na hora menos esperada, a encontrei fugindo sob um tempo deteriorado,
eu
quis roubá-la para mim, mas antes de pensar em fazer isso,
me
vi preso no seu olhar nazista e incerto;
eu não soltei as minhas amarras
e
me dei por inteiro, levei junto as minhas dores, os meus medos e
toda
a confusão que havia em mim.
Compartilhamos
nossas verdades e nossos segredos,
conheci
o seu lado mais belo e também descobri a sua face sombria.
Eu
já havia caminhado pelo seu bairro, mas não havíamos nos cruzado;
e hoje,
ao nascer do sol, eu já estava inexoravelmente apaixonado.
Sem
saber se era um equívoco ou uma perversão, eu quis cometer,
porque
eu tinha certeza que, em algum momento, nossos elementos
seriam
apenas uma sinergia.
Eu
poderia compor algumas canções e escrever alguns poemas
que
demonstrassem o quanto a amava, mas não seria o bastante
para
ela realmente conhecer os meus reais sentimentos;
eu
poderia dedicar algumas músicas e até mandar flores,
em
uma tarde nublada, mesmo assim não seria o suficiente;
então,
tentando provar que estava literalmente na sua,
eu
a guardei dentro do meu bolso esquerdo e
escrevi
o seu nome no meu peito, mas eu sabia que ainda faltava algo,
por
isso resolvi passar uma vida com ela e dar o seu nome
ao
primeiro poema que escrevo sobre o meu amor.
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