Eu aprecio os momentos lúgubres e tenho
grande estima pelas pessoas insanas; influências nocivas me agradam bastante e
não suporto a falta de movimento. Permaneço em êxtase pelo entusiástico,
frenético, impetuoso, enérgico & ainda mais pelo irreverente, adverso ao
sistema, tóxico, libertino. Eu gosto da alteração de humor, aprecio a
melancolia e depois prefiro a alegria, corro atrás do público e após me tranco
em uma torre solitária; a satisfação em viver é imensa e o medo de não
sobreviver às avalanches de sentidos dúbios é feroz. Procuro motins e
companheiros para porres culturais; bebo poesia e muito mais. Curto o cara que
usa jaqueta de couro e não me olha nos olhos, simpatizo com a moça que bebe
cerveja no gargalo e sorri sem subterfúgios, gosto daqueles que não se intimidam com os preceitos da
sociedade.
Não quero engravatados nem bochechas
lisas, não suporto gente metódica, prefiro os anárquicos; eu gosto dos
expansivos, dos que não têm covardia, eu não quero bitolados por perto. Quero,
ao meu redor, gente de verdade, que se entrega, que não se vende; quero pessoas
justas consigo mesmas, que não se importam com o que os outros pensam. Não
quero que concordem comigo nem que aceitem tudo o que a mídia enfia nos nossos
estômagos. As pessoas têm que agir por si, têm que viajar em seus
pensamentos e jogar tudo para o alto. Não têm que se prender a rotinas nem
criar rótulos. O certo é quebrar pela metade, é abandonar a realidade e viver
na própria verdade. Afeiçoar-se e não obcecar-se. Aceitar que não se vive só de
amor, sexo é fundamental e não precisa ser inocente.
Eu gosto de trambecar pela madrugada com
um bando de loucos ao lado, cantar para Nix até o sol cumprimentar o horizonte
e depois me entregar a Hipnos. Não gosto de relógios, não gosto de prazos nem
de encontros marcados. Não faz diferença se não lembro o nome das pessoas que
já passaram pela minha vida, não me importo se as fiz chorar ou sorrir. Eu
gosto da sinergia do momento, eu vivo no presente e busco apenas o agora. Quero
me embevecer com as surpresas que surgirem, quero o prazer da descoberta.
quem
disse
que
não
podemos
ser
alienados?
&
quem
no
fundo
bem
no fundo
não
é
um
pouco
louco?
Se for necessário, beberei um litro de
uísque e, se preciso, fumarei um maço de cigarros; se algo me atrair, eu
vou sem pestanejar, se eu enjoar, não vejo problema em deixar para trás. A vida
segue e não tem piedade dos lânguidos; o tempo passa por cima de quem não se
lança ao vento;
Eu experimento, crio, suporto, uso todos
os verbos, porque é preciso soltar todas as amarras que nos prendem a esta
esfera. Existe uma massa de zumbis que repete sempre o mesmo gesto, todos foram
adestrados da mesma forma e não mudam os seus percursos. Dançam a mesma música
e competem, entre si, para ver quem consegue ser o mais pacóvio.
Nem sempre é certo ser “correto”;
o mau nem sempre é do mal;
tudo é relativo.
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