I
tomo uma xícara de café às 3h
e escrevo três versos de poesia
de péssima qualidade sobre
mentiras que atravessam
as minhas vidraças
penso: gostaria de ser alguém que não existisse
mais café às 4h
e pergunto-me se toda
essa decadência é para doer
e se a cafeína ainda fará efeito
interrogo-me: devo remover-me de mim?
II
acredito ser como alice ayres
com uma pitada de anna cameron
e sinto-me perto demais de verdades
ilusórias e falsas realidades de qualquer
estória
desejo: não exista memória!
observo-me em um antigo
espelho oval e vejo diversas
cores em meus cabelos
como se fosse clementine
kruczynski em distintas
épocas do ano
III
em exóticas situações diárias
com plebeus de praças e anões
de jardim em diferentes espaços
do mundo
na sala
há retratos de juarez machado
e cores vivas mortas de tédio
penduradas no meu altruísmo
solitário
tal qual amélie poulain
ao fim: haverá outro velho novo dia amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário