quando desatava
os teus nós de solidão
e te amarrava
nos meus olhos de tristeza
você não me
dizia tudo o que sentia
quando te
encontrava empinando
mil pandorgas
com os pequenos
o vento
carregava meu aceno até você
que não me
compreendia
hoje ainda canto
que te faria um tapete
branco de crochê
e te leria hilda nua
mesmo que não me
pedisse
eu te mostraria
o vermelho dessa vida
mas sem teus
jornais no fundo do baú
sem tuas roupas
no meu guarda-roupa
só me resta uma
varanda vazia
mais uma vida
sozinha
paredes beges
pintam a cena
no tempo dos
ponteiros do relógio
e numa cadeira
de madeira e de palha
meus velhos
livros adormecidos
ficam os meus
discos colados
no pó e
pendurados numa parede
só até me sinto
bem melhor
do que quando me
vi numa falsa
tela de tevê
sentada sobre uma mesa
sob um lustre
amarelo condenado
algumas pessoas bitoladas
jantavam
enquanto eu te
escrevia do meu jeito
porque não te
percebi de outro jeito
*música
*música
Ai céus, o mundo precisa te ler
ResponderExcluir