Não fossem as flautas da abóbada
celeste, eu teria permanecido deitada ao lado das margaridas no Jardim. Entregaram-me
novas e boas notícias, por meio de um som casual, sobre as leituras das
madrugadas velhas. Talvez meus pés descansados desejassem correr para fora do
horto, talvez desejassem mais. Voltei a deitar-me ao lado de minhas flores
favoritas. Voltei, sim, e assumo ter feito isso para não o deixar só e
adormecido, apenas com seu grande coração sentimental, sonhando com os versos
do Garoto do Maiakóvski que li minutos antes de abrir meu coração covarde. Não
poderia deixar minhas margaridas e meu Dionísio para trás. Já não poderia esquecer.
Já não saberia correr. Minha razão, combatendo centelhas do corpo, disse-me
para voltar a dormir. Adormeci. Admiti minhas fraquezas como jamais havia
feito. Mostrei meus sinais de ausência. Abri minhas gavetas torácicas e deixei
que guardasse seu sentimentalismo de bom sujeito. Torneio-o sujeito de minha
oração. Pedi ao Cosmos com delicadeza, e as poeiras interestelares nos
atingiram, e nos levaram à Nebulosa Laguna, e nos fizeram eternos.
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