segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Término

O encerramento do sexto ano se aproxima. Escrevo sobre quinze de janeiro. Há seis anos. Havia uma jovem que recém tinha terminado o ensino médio. Havia resquícios de rebeldia. Marcas da infância. Problemas de personalidade sob um invólucro de poucas palavras e de muita observação. O relógio foi rápido e os calendários narraram seus dias. O tempo foi justo. As letras modeladas descobriram o que estava encoberto por duas décadas. Este espaço foi um jogo pessoal de revoluções mentais. Seis anos em guerra contra faunos: a mulher venceu sua escrita. Ela eclodiu em uma luz transcendental. Os projetos se amplificam e se tornam coisas reais. A realidade vem em um folk antigo. Descasquei-me e me vi nua em um retrato futurístico. Li meu nome em voz alta. Cerrei as pálpebras por seis segundos, abri e percebi o dezessete se metamorfosear em um vigoroso vinte e três. Pensei como Alejandra Pizarnik: observei aquela outra e fitei a de agora. Aceitei-me: exótica, excêntrica e mulher. Perdoei-me. A vida está me guiando por um novo caminho. A jornada é tranquila. Submeti-me ao processo e com ele chegarei ao topo da montanha sagrada para apanhar minhas estrelas e guardá-las no bolso do meu jeans desbotado. O desenho de um olhar nos meus olhos sob grossas sobrancelhas escuras e a palidez da tez sobre o cálido sangue não mudaram. A mudança se esconde em partes impossíveis de serem vistas, mas é perceptível. A franja e os óculos estão aqui, mas o blog cumpriu sua promessa e adormecerá no universo internético. Se você me lia, não mais me lerá. Talvez em um janeiro futuro, talvez nas páginas de um manuscrito. Até mais, caos eterno. Agora que sou outra já não tenho medo que isto acabe. Vamos à história dos subúrbios, leitor. 

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