deixadas
ao lado de sacos de lixos na calçada da rua
da
minha casa e continuou chovendo muito que sequer
saí
para fora do escritório depois do fim do expediente
e
não comprei café e água ou chá e vinho e qualquer
coisa
que possa me alimentar e também te alimentar
porque
eu sempre me preocupo se tu vais passar fome
depois
de me aguentar por quatro horas reclamando
que
já não tenho minutos para gastar em algumas folhas
de
processos velhos refertos de ácaros e de mentiras
e quando parar de chover – porque em um
momento,
meu amor, não haverá mais chuva – não
perderei o meu
tempo já chamado de subjetivo ou de noção
a priori
e como kant negarei a realidade dele e
penso que pelo
bem do sujeito desta oração farei o mesmo
conosco
sem arrependimentos ou sentimentos e
ressentimentos
então depois de encerrado todo o dilúvio e
de toda água
potável haver acabado tu compreenderás que
era fonte
esgotável em um tempo de intuição interna
não real
como objeto e que não será possível
reconstruir as caixas
que foram deixadas sozinhas do lado de
fora da casa