sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ao bardo que me conspurcou



I

Naquele maio, esquentei-me em desejos íntimos,
Pois, ao encontrá-lo, testemunhei-me em um lar.
Afundei-me libidinosamente em anseios ínfimos
E deitei-me sobre o amor para senti-lo extravasar.

Maiakóvski, desejo-o como marido e amigo!

II

Andamos, lado a lado, sobre o abismo do pecado
E, sem cautela, nos lançamos a um casto frenesi.
Que, em meu peito nevado, se introduziu calado,
Simulando ardilosamente uma inocência de guri.

Lord Byron, desejo-o como amante e cáften!

III

O poeta, que conheci na taverna,
Transformou-me em poesia bela.
Deu-me vinho e, após me poluir,
Pela viela, o bardo me fez ir e rir.

Um comentário: