Ele exibia
expressões de arrependimento
de uma vida
advinda de seu bovarismo
plenamente cego
por seu ego frágil e só.
Apesar da
exterioridade diminuta, que
dissimulava o
arquétipo do século, ele
desconhecia a
maioria dos livros e dos
filmes que
valiam a pena. Seus medos
insanos –
penosos e infantis – afirmavam
sua fragilidade
de menino em busca de
autoafirmação. Deixo
minha confissão:
Eu também fui
assim quando tinha aqueles
dezenove anos, boy. Hoje sou outra. Crua.
Sou a mulher que
nasci para ser, e jamais
abrirei mão de minha
personalidade agreste.
Não precisa mais
treinar frases pacóvias
em frente ao seu
espelho de menino casto
nem chorar
quando desabar no seu próprio
vazio. A vida
flameja sob o firmamento e
o tempo enxuga
seu líquido férvido com
as escolhas
enxutas de cada indivíduo.
Preferências que
por diversas vezes se
assolam em um
destino frívolo de uma
limitada
existência: sequer em palavras
remanescem
metafóricos sentidos afoitos.
Nas frases cotidianas,
a língua portuguesa
resplandece em
meu esmalte vinho clássico,
declarando
aquela sua mania cretina de não
isolar o vocativo
com uma vital vírgula, boy.
Meus olhos
míopes e astigmáticos – isentos
de misericórdia
– proferem: je suis desolée.
Só para você
ver: a questão – tão abrupta
proclama seu
martírio infuso no melodrama
da coluna social
de uma choldra jornalística.
Uma televisão
multicolorida não afaga o
tormento oriundo
de suas novelas mentais
e de seus
hábitos inteiramente falidos.
Talvez algum
versículo grifado em suas
pálpebras
obscuras não permita que seus
intentos se
realizem de modo vertiginoso
ou que cortem
aqueles forçosos efeitos.
Sem epílogo
remanescente:
Há o som de um trompete
noturno.
Audível.
Silenciosamente musical.
Sensível.
Um espaço para
partituras.
Repare bem em
tudo o que não foi
escrito.
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