O apocalipse havia começado e J. disse
precisar novamente de um espaço subterrâneo. H. se cansara de subterfúgios. O
diálogo foi contido. O sentimento estava tíbio. Não havia humanos vivos na
cidade cinza. O vento chegara sem timidez. J. deixou Flaubert de lado. H.
intentou uma farsa para afagar seu ego aborrecido pelo desamor de J. O
abatimento se misturou com as rachaduras do chão nos dias apocalípticos. J.
arranjara um sexo melhor para terminar sua existência terrena. H. não se
conformava. J. poderia dividir seu corpo em dois e agradar H. e V. Um entenderia.
Outro queria ser único. H. engendrou palavras de amor maquiavélico. J. ouvi-as
em uma frase tragicômica. Negou-as. Deitou-se com V. No interior do tornado
escatológico, H. cuspia seu amor em ódio. Amava até odiar, odiava até amar e
não se perdoava por não deixar de amar. H. telefonou nos minutos finais com a
intenção de humilhar J. H. não percebia que J. já sobrevivia entre uma cortina
transparente de humilhação: J. não sabia amar por muito tempo. J. esperava
encontrar seu amor redentor antes do final dos tempos. O tempo andava apressado
demais para esperar pela redenção de J. H. perdia seu tempo tentando ferir seus
amores criados. V. vivia sua leveza psicodélica fazendo cálculos e sujando suas
mãos. Formou-se no céu um escrito em inglês (para ninguém ficar de fora): the
end! J. correu oito quilômetros sem parar e, quando atingiu uma rua referta de
árvores cinzas, avistou A. lendo Flaubert sob as folhas pretas. Escureceu.
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