o silêncio
criado se vai
pelo vão da
porta
entreaberta
o som da
caixinha de música
se esvai pela
vidraça quebrada
coberta
por uma cortina
de flores
margaridas
brotaram do lado
de fora da velha
cabana
não há sonoridade
nos cômodos
não há silêncio
nos aposentos
estranho silente
sonoro
desmonta quarto
e cozinha
vazia se nota a
mesa
o assoalho apaga
marcas
de botinas sujas
de terra
os homens se
foram
foram ao mar
vender
seus dias
restantes
seus restos de
homens
sobre eles não
se fala
nessa família de
mulheres
fêmeas pariram
sozinhas
meninas
cresceram sem sonhos
de serem
mulheres
de famílias
de homens
do mar
marinheiros se
vão
ao porto embarcam
não retornam às
margaridas
de suas cabanas
antigas
onde estranhos silentes
sonoros
desmontam
caixinhas de música
das meninas sem
sonhos
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