segunda-feira, 9 de julho de 2012

Paul


Deslizo os pés sobre a grama coberta de geada,
enquanto um sistema filosófico torna-se uma ideia fixa
e percebo a representação mental que surge no frontispício
de um resumo problemático e pessoal;
Bruxas são consumidas pelo fogo do preconceito
e suas mãos, tisnadas, carimbam a face dos obnubilados
que vomitam resina no solo.
Procurando a esperança que se perdeu no fundo da Caixa de Pandora
e bebendo o último gole de vinho, você, com esse jeito de gato molhado,
acompanha-me como uma criança judia – no Holocausto – que se perde em dilemas suicidas.
Digo-lhe: “We can live like Jack and Sally” – porém, com a ilusão que se abre,
corre ao próximo bandido e rasga-se em lágrimas de vodca.

Volta cambaleando pelas esquinas e implorando amparo.

Filosofamos com bafo de cevada fermentada e olhos vermelhos,
que fantasiam as fronteiras que nos atiçam ao impossível,
sonhando com uma roadtrip invejável, assoviando alguma música
do Dean Martin ou do Ricky Nelson, percebo a vibe que nos cerca,
como se fossemos a mesma partícula.

Peço-lhe: “Light my fire” – e, sem hesitar, tira o isqueiro do bolso.

Somos diversos heterônimos com o mesmo cerne,
Gregório e Luísa, entre as vibrações do cosmo, unem-se à imortalidade,
brincando com o passado e o futuro.
James Dean e Marilyn Monroe são faíscas de duas personalidades
que não se conformam com uma violência gratuita de desejos
incontroláveis que assombram o seio materno.

Freud e o supereu fodendo a realidade dos fatos!

Não sejamos fragmentados – você pode ouvir-me.
Você não vê? Eu sou a sua melhor amiga
e, para mim, o seu sorriso tímido e o seu cabelo enroladinho
são sinônimos de venustidade;
As notas musicais invadem o nosso recinto e nos algemam em sentimentos de afeição.
Eros era o deus grego do amor e, também, filho de Caos;

Eu amo você.

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